Os dias de inverno são
responsáveis por uma maior circulação dos vírus respiratórios, que podem fazer
com que até mesmo simples resfriados se apresentem de forma bem mais agressiva
nas crianças pequenas ou em indivíduos com fragilidades específicas.
Um exemplo típico é a bronquiolite, com o frequente vírus sincicial
respiratório. Em bebês pequenos, especialmente nos menores de 1 ano, crianças
prematuras ou aquelas que possuem doenças como cardiopatias congênitas, a
doença pode causar até falência respiratória, determinando internações ou a
necessidade de tratamento em UTI infantil.
Em caso de episódio agudo de determinada infecção de maior gravidade, a criança
pode demorar a ficar totalmente restabelecida. Isso ocorre porque este vírus
pode causar uma lesão importante e duradoura no epitélio respiratório, e o
pequeno apresentar sintomas prolongados, mesmo após a resolução do quadro
agudo, com a eventual necessidade de acompanhamento por um especialista em
pneumologia pediátrica.
“Este é um dos bons motivos pelos quais os pediatras orientam que pessoas
doentes não visitem os bebês pequenos. Todos que estiverem em contato com a
criança devem lavar bem as mãos antes de tocá-la. E se a mãe na época da
amamentação ficar doente, deverá usar a máscara respiratória ao amamentar”,
comenta Drª. Marina Buarque de Almeida, pneumologista pediátrica da Sociedade
Paulista de Pneumologia e Tisiologia.
Outro dado importante que agrava e complica a vida destes bebês é a exposição a
fatores irritantes e poluentes intradomiciliares, como o cigarro. O tabagismo
passivo causa irritação nas vias aéreas do bebê, deixando-o mais predisposto a
contrair infecções, tornando-se um aditivo à lesão causada pelo tabaco. Estudos
mostram que as crianças expostas ao tabagismo passivo têm mais infecções das
vias aéreas que as demais.
Os mesmos vírus que causam infecções de menor gravidade,
como os resfriados comuns nas crianças, também poderão ser grandes vilões dos
pacientes asmáticos. Grande parte das crises de asma no outono está associada à
infecção viral. Este mesmo paralelo pode ser feito aos bebês e lactentes que
apresentam crises de chiado ou sibilância recorrente, possivelmente sem um
diagnóstico definido do seu problema respiratório.
Ainda de acordo com a Drª. Marina, nesta época do ano, com o aumento do frio,
as pessoas tendem a frequentar locais fechados, nos quais a circulação de ar
não é adequada.
“É importante manter sempre a ventilação nas casas, nos quartos, nas salas de
aula, berçários, creches, bufês infantis, shoppings, entre outros ambientes,
para haver renovação do ar. Os pais devem manter a vigilância nas escolas e
creches, e seguir estes mesmos cuidados em casa, onde a criança passa a maior
parte do seu tempo”, adverte.
Fonte:
Acontece Comunicação e Notícia