Jaqueline Mourão,
porta-bandeira do Brasil na cerimônia de Abertura dos Jogos de Inverno
Sochi-2014, igualou na Rússia o recorde de participações olímpicas para uma
mulher do país (5), mostrando um belo exemplo de superação ao vencer problemas
respiratórios que tem desde criança.
Natural de Belo
Horizonte, a atleta de 38 anos, que igualará o número de participações de
Formiga (futebol) e Fofão (Vôlei), já está acostumada a fazer história. Em
Turim-2006, ela se tornou a primeira brasileira a participar tanto de
olimpíadas de inverno quanto de verão.
No total, ela já
fez participações em duas edições no verão, em Atenas-2004 e Pequim-2008,
competindo no Mountain Bike, e em duas no inverno, no esqui cross-country.
Em Sochi, quebrará
outro tabu ao se tornar a primeira latino-americana a competir no biatlo,
modalidade que mescla cross-country e tiro esportivo. Ela também disputará
outra prova de cross-country, a de 1,2 km. Nas duas edições anteriores, tinha
participado dos 10km, chegando ambas as vezes na 67ª posição.
"Comecei no
esporte muito cedo. Fiz ginástica dos seis aos doze anos e alguns outros
esportes. Meus pais trabalhavam o dia inteiro e eu tinha que ficar numa
escolinha de esporte depois das aulas. Tinha ginástica três vezes por semana e
nos outros dias praticava outros esportes, como natação, basquete, handebol...
Se não gostava de um, me matriculavam em outro", explicou Jaqueline à AFP.
A atleta conta que,
por causa dos problemas respiratórios, precisou superar obstáculos que muitos
consideram um empecilho para a prática dos esportes.
"Sempre tive
bronquite e asma. Às vezes, as crises eram tão fortes que precisava ser levada
ao hospital para fazer inalações. Sempre tive que conviver com isso, mas, na
verdade, o esporte me ajudou a superar esses problemas", relatou a
mineira.
Depois de tentar
muitas modalidades, Jaqueline acabou despontando no ciclismo, mais
especificamente no Mountain Bike.
"Quando
comecei o ciclismo, aos 16 anos, um técnico muito famoso estava visitando a
cidade e pedi para ele me ver pedalando. Pedalei muito forte, o máximo que
pude, para mostrar que tinha algum talento. Quando terminei, ele me disse: 'se
fosse você, parava agora, você não é boa'. Imagina se realmente tivesse
desistido", lembrou.
Em Atenas-2004,
chegou em 18º lugar da competição de Mountain Bike, ficando em 19º em
Pequim-2008.
Ao competir na
neve, a mineira espera despertar mais interesse da parte dos brasileiros para
os esportes de neve.
"Já existe um
certo interesse no país, as pessoas querem conhecer a neve e tentar praticar
esportes diferentes. O número de atletas é pequeno, quando comparado à
delegação dos Jogos de Verão, mas cresce a cada ano", salientou.
Em Sochi, o Brasil
enviará sua maior delegação da história em Olimpíadas de Inverno, com 13
atletas.
Em sua quinta
participação olímpica, Jaqueline reconhece que é "difícil pensar em
resultado", mas se diz feliz por "fazer parte da história do esporte
brasileiro".
"Igualar
grandes atletas como Fofão e Formiga é uma grande honra, nunca pensei que fosse
disputar cinco olimpíadas, ainda mais em três modalidades diferentes. Isso me
deixa muito orgulhosa. Sabia que tinha grandes chances de me classificar no
cross-crountry, mas no biatlo, era bem mais difícil", explicou.
"Participar da
minha primeira Olimpíada em Atenas-2004 já foi um sonho que se tornou realidade
e nunca pensei que dez anos depois ainda estaria representando o Brasil nos
Jogos", se emocionou a mineira.
"Só quero dar
o meu melhor, será um pouco complicado, porque vou participar das duas provas
pela primeira vez em Olimpíadas, mas se conseguir chegar abaixo do 15º lugar já
seria fantástico", completou a atleta, que independentemente do resultado,
já fez história apenas com sua presença em Sochi.
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Fonte: R7 Esportes
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